
Pinto um quadro de flores
– tão vivo! –
que elas murcham, ao terceiro dia.
Seu cheio se esvai.
**
A música que faço
com tanto sentimento!
Parece que meu coração ali bate
– e, como carne, apodrece -,
tão logo me calo.
**
Ahhh, o sábio…
de suas mãos brotam cores
tão belas!
Tudo é vivo, e cintilante,
aos olhos do sábio!
Mas basta que ele pisque
e a escuridão assoma.
**
Quem quer criar deve saber
que não será ouvido;
que passará entre as pessoas como uma sombra.
Ninguém te encontrará.
**
Quem quer criar deve saber
que não tem outra opção
senão jorrar, como uma fonte, frondosa,
no deserto.
– Um oásis invisível.
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